Speed by : Marta
Não tenham medo da verdade. E perdoem-me as minhas mentiras. A verdade pesa demasiado em mim e é-me impossível carregar mais tempo este fardo que me toma o corpo e a alma desde pequena, recheando a minha vida de pensamentos terríveis que tenho de transportar para o papel de modo a sentir algum alivio.
Sou bruxa e nunca quis sê-lo. Vejo, oiço e sonho com coisas inexplicáveis que acabam por ser esclarecidas. Se vislumbro uma poça de água na estrada, vou mirar as figuras que lá aparecem, no espelho das nuvens, e o seu destino próximo. Quando vou ao meu miradouro no alto da serra, onde repousam os moinhos de vento, até as pedras falam comigo. Contam-me coisas boas mas igualmente coisas más, e a minha mente capta gemidos muito estranhos, alguns até assustadores.
As pessoas nunca quiseram olhar directamente nos meus olhos. Receiam a minha força. E no entanto, não existe nenhuma aura mística a rodear-me. Aparentemente, sou tão igual ao mais comum dos mortais. A minha infância foi extremamente difícil; desde cedo, tive de trabalhar para poder ter pão na mesa. Não me foram dadas as regalias típicas das outras crianças. Não me mandaram para a escola e fui praticamente enclausurada. Já sabia ler, escrever e fazer cálculos matemáticos sem ninguém mo ter ensinado. Em tempos de lua cheia levavam-me para a floresta para aprender a escutar as vozes do vento, das folhas e da terra.
Mas eu não pedira para ter estes poderes. Não queria visões ou profecias, nem ler as mensagens nas estrelas. Apenas desejava o poder das palavras. Por ser diferente, afastaram-me das coisas mundanas e fui colocada num convento, numa terra no meio de nenhures onde apenas por uma minúscula clarabóia, podia vislumbrar o azul do céu.
À noite, sempre que podia, escapava-me vestida com a minha capa de capuz negra, atravessando a escuridão do pátio para ir dar aos aposentos de um mago que em segredo e durante alguns anos se tornara o meu mestre.
Ao meu mestre, contava as minhas mágoas, as minhas vozes, a minha vida privada de liberdade. Não podia resistir aos gritos que ouvia e a minha função era procurá-los, de outro modo, o mundo permaneceria cheio de almas
E o meu mestre ia-me ensinando que nunca me tornasse desejável para outros homens, senão para ele, e eu, sem entender a sua intenção, contava-lhe que no convento havia homens que me visitavam durante as pausas da tarde e me rodeavam, tocando-me nos seios e ordenando que me mantivesse
Era fascinante, o Mestre, com os seus olhos negros de ébano, com as suas mãos compridas semelhantes a ramos de árvore, que passava as noites em silêncio, marcando símbolos estranhos numa tábua coberta de cera, enquanto eu permanecia atrás, perguntando junto ao seu ouvido o significado das figuras sobre a cera, ao que ele me respondia que levaria nove anos para descobrir, após os quais seria completamente livre dos meus poderes e desceria à nobre condição humana.
E ele virava-se para mim, olhando-me profundamente com aqueles olhos de ébano, enquanto as suas mãos se elevavam devagar desde os pés até aos cabelos, alisando-os e murmurando que eu seria dele durante aqueles anos e apenas ele poderia fazer passar a sua vara de jade no meu portão de jade como ele chamava a uma parte do meu corpo, que percorria habilmente com as suas mãos compridas e sorvendo pontos com a sua língua quente, levava-me a momentos de êxtase e de paz absoluta, após o que os nossos corpos permaneciam colados por um longo tempo.
Passados os nove anos, sei hoje que todas as suas palavras me aprisionaram como correntes grossas, porque eram mentiras e que tenho de aceitar que a minha vida não pode ser outra, senão a de bruxa, e embora a vida não tenha grande razão de ser sem a minha liberdade, sei que nas palavras serei livre até morrer. Permaneço contudo presa ao estigma de carregar nos ombros, os futuros alheios. E ensino sobretudo que as bruxas têm poderes que qualquer ser humano pode obter, embora alguns fingem ter o que não têm. Há que saber distingui-los, bastando para tal, tocar no coração. Se ele for macio, ela tem o poder. Se for de pedra, apenas finge. E mesmo para quem tem o poder, todo o amor que carrega não pode sarar feridas nem impedir a morte, e todos os que pedem ajuda a uma bruxa para aliviar sofrimentos ou obter graças egoístas não recebem senão uma resposta. Essa resposta é o silêncio.
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. é!
. Revenge
. Tortura
… do frio
Frio?
frio tem remédio.....
any idea?
lots
such as....
such as....
pois... não estou a ver....
undressing slowly ...by the fireplace
no lights, only candles
mmmmm
sounds tempting
does it?
mmmmmmm
so far
music?
you're choice....
does it matter ?
it does, if I'm supposed to undress for you
nesse caso.....
a do video .. de hoje
(ando a fugir dessa música há semanas)
mas ok
já começou ?
Vai começar agora…
senta, sentas?
assim no braço do sofá....
enquanto chego à lareira
e solto o cabelo, para começar....
e sorrio e fico à espera
a musica é tua,
podes mandar
mmmmmmmm
mandar ou...
levantar ?
decide tu....
e passo-te os dedos ...
por onde sei inventar.....
e sinto-te a pele ... a querer respirar
e vindo do nada... caminham para o tudo
onde as coisas acabam
onde as coisas começam....
onde se abraçam olhares
e se quebram promessas
e num frio de repente sinto escorregar
e entram momentos
que não vimos chegar....
e nos dedos perdidos.....
na vontade de voltar
dançam corpos em sombras incandescentes
em gestos lentos, em voz de arfar,
em cores esculpidas,
entre mãos perdidas,
em mares de quereres
e vontades contidas
e de repente .... tocou o telefone
e saímos a correr!
a casa não era nossa
don't!
e os da agência estavam sempre à espreita
lol
srry
é este meu lado do nonsense
que me assalta sem aviso
onde iamos?
o que estávamos a fazer?
onde?
queres saber?
íamos onde te puxo devagar
e desço pelo teu peito em beijos de molhar
em dentadas de beber e saborear
em mãos que te enlaçam, lábios que te procuram
e não se deixam provar
mmmmmmmm
em corpos que se encostam,
se procuram e se enroscam,
como gatos a sonhar
em sentir que despertas,
que a roupa te aperta....
que não queres esperar
em afastar-me sorrindo,
mandar-te um beijo e indo
para casa descansar!
boa?
Humm… Quando de lábios te exploro e te mordo devagar, digo que te adoro, que te quero, que não posso esperar, quando a música nos toma, se faz nossa dona e nos obriga a dançar, quando somos só um, e a terra a girar, quando escrevo o que sinto e te deixas amar...
Quanto me entendo contigo e te sinto como abrigo, e me revejo nos teus beijos e juntos criamos desejos...Quando dançamos os dois sem amanhã nem depois, encontro-me no teu olhar, sentimos o ritmo que nos faz dançar... Quando as palavras se calam e só os sentidos falam...