Speed by Gata
Fechou os olhos e concentrou-se no seu corpo. No coração que sentia bater, na forma como o vento lhe acariciava a pele, no peito que sentia estremecer à passagem do ar do deserto. Na posição das pernas. Nas pulseiras que lhe prendiam os pés. Nos braços abertos, nos grãos de areia que sentia fugir entre os dedos. No lento despertar de todos os sentidos. Nos cheiros desta noite, nas memórias de outros momentos vividos…
Ouviu cavalos já perto. A noite estava movimentada, casava-se hoje o último Senhor solteiro do deserto. Na verdade parecia apenas um cavalo, e cada vez mais perto. Pensou em entrar na tenda, mas achou que ninguém a veria, deitada, assim, de pernas dobradas e braços abertos, na areia cálida do deserto. E foi então que ouviu o tilintar distante, e que soube. Soube com a certeza de quem não vê mas sente. Imensamente. De quem tem certezas, porque duvidar não é opção, de quem sabe como quem vive ao ritmo do coração.
E sem cerimónias foi levantada do chão, puxada para o cavalo e abraçada sem brusquidão. Abraçada lenta e carinhosamente, e beijada….em cada gota de saudade, em cada suspirar, em cada desfazer segredos e olhos a chorar. Beijada sem tempo e sem lembranças, beijada entre véus e entre danças, beijada como fogo, que se toca e nos queima, beijada como água, que refresca e se integra. Beijada, por fim, beijada agora, neste beijo sem fim. Neste longo despertar, neste acordar de aurora, beijada assim, nesta curta demora. E guiados pelo hábito chegaram ao esconderijo entre pedras e areia e levaram sumiço.
Não viram as tochas, não viram as velas. A fruta nas mesas, o vinho nas taças. Nem abriram os olhos. Não trocaram palavras. Dedos sedentos beberam da pele, exploraram caminhos, explodiram saudades. Lábios provaram ausência, provaram distância, morderam saudade. Olhos choraram desejo, pintaram quadros, fizeram retoques, apagaram arestas, limaram lembranças, travaram conversas. Bocas abriram segredos, exploraram mistérios, escalaram rochedos. Mãos prenderam as horas, fizeram segredos, ritmaram histórias.
Sedas e brilhos caíram, devagar. Desvendando pele, atraindo o olhar. Seios descobertos, despertos, a oscilarem. Ao ritmo lento, contido, no intento de mais agradar. Ancas macias em véus e fantasias num doce rolar, suspiros gemidos e dedos a passear. Danças sem musica, a sons inventados, peles despidas, entre beijos trocados, mãos destemidas, em trilhos vincados a marcas de gritos, mal disfarçados. Sol invadiu o espaço entre um beijo e um abraço, ofereceu o regaço, aceitou o compasso e assim… adormeceram.
Palavras esquecidas, lembradas a sal, bordadas a ouro, desfeitas ao sol. Juras perdidas, mapas de cor, sem rotas inscritas, riscos de cor. Sem horas, sem promessas, apenas o agora, vivido sem pressas. Laços de prata, em dedos compridos, pedras azuis em brilhos polidos, símbolos secretos de amor esculpidos entre marcas eternas de amores escondidos.
Next Speed Marta
. é!
. Revenge
. Tortura
… do frio
Frio?
frio tem remédio.....
any idea?
lots
such as....
such as....
pois... não estou a ver....
undressing slowly ...by the fireplace
no lights, only candles
mmmmm
sounds tempting
does it?
mmmmmmm
so far
music?
you're choice....
does it matter ?
it does, if I'm supposed to undress for you
nesse caso.....
a do video .. de hoje
(ando a fugir dessa música há semanas)
mas ok
já começou ?
Vai começar agora…
senta, sentas?
assim no braço do sofá....
enquanto chego à lareira
e solto o cabelo, para começar....
e sorrio e fico à espera
a musica é tua,
podes mandar
mmmmmmmm
mandar ou...
levantar ?
decide tu....
e passo-te os dedos ...
por onde sei inventar.....
e sinto-te a pele ... a querer respirar
e vindo do nada... caminham para o tudo
onde as coisas acabam
onde as coisas começam....
onde se abraçam olhares
e se quebram promessas
e num frio de repente sinto escorregar
e entram momentos
que não vimos chegar....
e nos dedos perdidos.....
na vontade de voltar
dançam corpos em sombras incandescentes
em gestos lentos, em voz de arfar,
em cores esculpidas,
entre mãos perdidas,
em mares de quereres
e vontades contidas
e de repente .... tocou o telefone
e saímos a correr!
a casa não era nossa
don't!
e os da agência estavam sempre à espreita
lol
srry
é este meu lado do nonsense
que me assalta sem aviso
onde iamos?
o que estávamos a fazer?
onde?
queres saber?
íamos onde te puxo devagar
e desço pelo teu peito em beijos de molhar
em dentadas de beber e saborear
em mãos que te enlaçam, lábios que te procuram
e não se deixam provar
mmmmmmmm
em corpos que se encostam,
se procuram e se enroscam,
como gatos a sonhar
em sentir que despertas,
que a roupa te aperta....
que não queres esperar
em afastar-me sorrindo,
mandar-te um beijo e indo
para casa descansar!
boa?
Humm… Quando de lábios te exploro e te mordo devagar, digo que te adoro, que te quero, que não posso esperar, quando a música nos toma, se faz nossa dona e nos obriga a dançar, quando somos só um, e a terra a girar, quando escrevo o que sinto e te deixas amar...
Quanto me entendo contigo e te sinto como abrigo, e me revejo nos teus beijos e juntos criamos desejos...Quando dançamos os dois sem amanhã nem depois, encontro-me no teu olhar, sentimos o ritmo que nos faz dançar... Quando as palavras se calam e só os sentidos falam...