Sábado, 13 de Outubro de 2007

Casamento Árabe

Speed by Gata

 

 

Fechou os olhos e concentrou-se no seu corpo. No coração que sentia bater, na forma como o vento lhe acariciava a pele, no peito que sentia estremecer à passagem do ar do deserto. Na posição das pernas. Nas pulseiras que lhe prendiam os pés. Nos braços abertos, nos grãos de areia que sentia fugir entre os dedos. No lento despertar de todos os sentidos. Nos cheiros desta noite, nas memórias de outros momentos vividos…

 

Ouviu cavalos já perto. A noite estava movimentada, casava-se hoje o último Senhor solteiro do deserto. Na verdade parecia apenas um cavalo, e cada vez mais perto. Pensou em entrar na tenda, mas achou que ninguém a veria, deitada, assim, de pernas dobradas e braços abertos, na areia cálida do deserto. E foi então que ouviu o tilintar distante, e que soube. Soube com a certeza de quem não vê mas sente. Imensamente. De quem tem certezas, porque duvidar não é opção, de quem sabe como quem vive ao ritmo do coração.

 

E sem cerimónias foi levantada do chão, puxada para o cavalo e abraçada sem brusquidão. Abraçada lenta e carinhosamente, e beijada….em cada gota de saudade, em cada suspirar, em cada desfazer segredos e olhos a chorar. Beijada sem tempo e sem lembranças, beijada entre véus e entre danças, beijada como fogo, que se toca e nos queima, beijada como água, que refresca e se integra. Beijada, por fim, beijada agora, neste beijo sem fim. Neste longo despertar, neste acordar de aurora, beijada assim,   nesta curta demora. E guiados pelo hábito chegaram ao esconderijo entre pedras e areia e levaram sumiço.

 

Não viram as tochas, não viram as velas. A fruta nas mesas, o vinho nas taças. Nem abriram os olhos. Não trocaram palavras. Dedos sedentos beberam da pele, exploraram caminhos, explodiram saudades. Lábios provaram ausência, provaram distância, morderam saudade. Olhos choraram desejo, pintaram quadros, fizeram retoques, apagaram arestas, limaram lembranças, travaram conversas. Bocas abriram segredos, exploraram mistérios, escalaram rochedos. Mãos prenderam as horas, fizeram segredos,  ritmaram histórias.

 

Sedas e brilhos caíram, devagar. Desvendando pele, atraindo o olhar. Seios descobertos, despertos, a oscilarem. Ao ritmo lento, contido, no intento de mais agradar. Ancas macias em véus e fantasias num doce rolar, suspiros gemidos e dedos a passear. Danças sem musica, a sons inventados, peles despidas, entre beijos trocados, mãos destemidas, em trilhos vincados a marcas de gritos, mal disfarçados. Sol invadiu o espaço entre um beijo e um abraço, ofereceu o regaço, aceitou o compasso e assim… adormeceram.

 

Palavras esquecidas, lembradas a sal, bordadas a ouro, desfeitas ao sol. Juras perdidas, mapas de cor, sem rotas inscritas, riscos de cor. Sem horas, sem promessas, apenas o agora, vivido sem pressas. Laços de prata, em dedos compridos, pedras azuis em brilhos polidos, símbolos secretos de amor esculpidos entre marcas eternas de amores escondidos. 

  

Next Speed Marta


Speed by Lazy Cat às 00:01
De mnike30 a 18 de Outubro de 2007 às 23:44
Olá Gata!
Hoje estou corajosa!
Decidi embrenhar-me por estes meandros de ouvido atento...
A música não me está a afectar muito (afecta imenso...) mas eu estou corajosa... muito!
Agora, deixa-me dizer-te que este conto das arábias faz-me voar num tapete sob o oceano, o deserto, assim pelo céu fora, eu com um véu azul bebé... a levar com o vento na cara e... opá... mas voo sozinha, caraças! Isso é que não!

Percebeste gata? Fiquei assim... como doida de repente, mas foi só de repente... nada de grave. Quando a música terminar eu recomponho-me prontamente...

Beijinhos


De Lazy Cat a 20 de Outubro de 2007 às 12:24
se o caso for muito grave, podes usar o comando ao fundo da página que te permite para a música, mas sabes? não páres. Dá asas a esse sonho! Voa e vai e volta e não páres, porque se tirares o sonho da vida...ficas apenas com uma realidade descolorida...
sonha, e deixa que tudo te entre pelos sentidos e tome conta de ti. Na entrega está um dos grandes prazeres da vida....de gata, pelo menos!!

Beijo de gata.


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… do frio

Frio?

frio tem remédio.....

any idea?

lots

such as....

such as....

pois... não estou a ver....

undressing slowly ...by the fireplace

no lights, only candles

mmmmm

sounds tempting

does it?

mmmmmmm

so far

music?

you're choice....

does it matter ?

it does, if I'm supposed to undress for you

nesse caso.....

a do video .. de hoje

(ando a fugir dessa música há semanas)

mas ok

já começou ?

 

Vai começar agora…

senta, sentas?

assim no braço do sofá....

enquanto chego à lareira

e solto o cabelo, para começar....

e sorrio e fico à espera

a musica é tua,

podes mandar

   mmmmmmmm

 

mandar ou...

levantar ?

 

decide tu....

 

e passo-te os dedos ...

por onde sei inventar.....

e sinto-te a pele ... a querer respirar

e vindo do nada... caminham para o tudo

onde as coisas acabam

onde as coisas começam....

 

onde se abraçam olhares

e se quebram promessas

 

e num frio de repente sinto escorregar

e entram momentos

que não vimos chegar....

e nos dedos perdidos.....

na vontade de voltar

 

dançam corpos em sombras incandescentes

em gestos lentos, em voz de arfar,

em cores esculpidas,

entre mãos perdidas,

em mares de quereres

e vontades contidas

 

e de repente .... tocou o telefone

e saímos a correr!

a casa não era nossa

don't!

e os da agência estavam sempre à espreita

lol

srry

é este meu lado do nonsense

que me assalta sem aviso

onde iamos?

o que estávamos a fazer?

 

 

onde?

queres saber?

íamos onde te puxo devagar

e desço pelo teu peito em beijos de molhar

em dentadas de beber e saborear

em mãos que te enlaçam, lábios que te procuram

e não se deixam provar

mmmmmmmm

em corpos que se encostam,

se procuram e se enroscam,

como gatos a sonhar

em sentir que despertas,

que a roupa te aperta....

que não queres esperar

em afastar-me sorrindo,

mandar-te um beijo e indo

para casa descansar!

 

boa?

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Humm… Quando de lábios te exploro e te mordo devagar, digo que te adoro, que te quero, que não posso esperar, quando a música nos toma, se faz nossa dona e nos obriga a dançar, quando somos só um, e a terra a girar, quando escrevo o que sinto e te deixas amar...

Nova página 1

 

Quanto me entendo contigo e te sinto como abrigo, e me revejo nos teus beijos e juntos criamos desejos...Quando  dançamos os dois sem amanhã nem depois, encontro-me no teu olhar, sentimos o ritmo que nos faz dançar... Quando as palavras se calam e só os sentidos falam...