Speed by Sonhador de Alpendre
Sentada no baloiço olhava em redor sem ver aquilo que lhe entrava nos olhos,
(não reparou no avozinho que jogava futebol com os dois netos que se riam do seu futuro como se fossem permanecer elásticos a vida toda e nunca viessem a pagar a factura dos anos vividos com mais ou menos sofrimento que isso já importa a cada qual)
Firmina estava com o vestido plissado favorito de alças, tinha escolhido um vermelho que lhe contrastava com a cor de pele apesar de lhe desfavorecer o azul dos olhos e a cada momento a cada mirada em redor
(Não reparou sequer em dois cisnes que faziam sexo como só os cisnes sabem fazer)
as faces aqueciam ruborescendo as maçãs do rosto, sentia-se atrevida, sentia-se fêmea em época de acasalamento, os seios viviam livres naquele vestido curto e evidenciavam a sua frescura e contentamento e Firmina olhava em redor procurando suspirando como se o ar lhe fugisse dos pulmões e ela tivesse que o sorver num brusco movimento
(Não viu um casal de mão dadas a trocarem juras de futuro sem sequer saberem que o futuro é todo deles)
para se manter viva como vivos estavam aqueles olhos que nada pareciam ver e só o sorriso alienado que dava a cada boa tarde que ouvia sem sequer reconhecer quem lho enviava a pareciam ligar de quando em vez ao mundo real.
(Não sentiu a aragem fresca daquele fim de tarde que trazia os cheiros todos do parque, limitando-se a abanar a cabeça para colocar os caracóis do cabelo alinhados)
Por vezes assentava os calcanhares no chão e rodopiava-os até aonde os tendões e ligamentos o permitiam sentada no baloiço onde noutros momentos balouçava como se fosse essa a grande razão da sua permanência naquele parque, não se importou com a saia que lhe desnudava as pernas quase até ao fim das coxas firmes, nem sequer se ralava com a desnudez de alma que transpirava por cada um do seus poros e que nem mais se importava em esconder, sentia-se única no mundo nem lhe interessavam as cores, nem as formas, o mundo podia apagar-se naquele momento com uma borracha de Deus que a sua fé se mantinha no que sentia no que tão ansiosamente esperava.
(Não viu o ar feliz e seguro mais o seu brilhozinho nos olhos daquela mãe que empurrava sem esforço o carrinho de bebé cheio de coisas que só os bébés parecem precisar)
De repente saltou para o chão de onde estava a sair e correu, correu primeiro a medo mas depois sem hesitação deixando de fingir recato ao mesmo tempo que os seus olhos adquiriram outra vivacidade numa rapidez que nem lhe passava pelo metabolismo físico, vinha toda da sua alma do fundo das suas emoções um canhão que a expelia naquela direcção naquele ponto minúsculo colorido que vinha de dentro das arvores os olhos viam com uma clareza que nem que tivesse todos os defeitos oftalmológicos do universo a iriam impedir de ver.
(mesmo assim não viu aquele homem solitário que se ria a bom rir com as tropelias de um cão tão feliz quanto um cão pode ser, ou os dois amigos que falavam de coisas sem nexo de passados comuns numa língua somente deles, inventada para se entenderem num código próprio)
O ponto minúsculo parou por momentos de se mover como que assustado por aquele turbilhão que levantava ventos maiores que os ventos das tempestades tropicais, depois moveu-se também, mas era ela, era ela que fazia o tempo parar, era ela que tornava tudo a sua volta a preto e branco.
(Uma família de quatro pessoas parou as suas bicicletas os mais velhos riram-se enternecidos e os mais novos também, mas por razões diferentes sem perceberem porque é que os pais trocavam aquele beijo cúmplice)
O mundo ficou parado e só aqueles primeiro beijos repetidos vezes sem conta a acalmaram um pouco para se render por fim noutro beijo sem sofreguidão como que a saborear naquele a paixão do universo como se toda gente do mundo tivesse por segundos parado de se beijar para que aquele beijo pudesse existir.
2/10/2007
Next Speed : Teresa da Praia
. é!
. Revenge
. Tortura
… do frio
Frio?
frio tem remédio.....
any idea?
lots
such as....
such as....
pois... não estou a ver....
undressing slowly ...by the fireplace
no lights, only candles
mmmmm
sounds tempting
does it?
mmmmmmm
so far
music?
you're choice....
does it matter ?
it does, if I'm supposed to undress for you
nesse caso.....
a do video .. de hoje
(ando a fugir dessa música há semanas)
mas ok
já começou ?
Vai começar agora…
senta, sentas?
assim no braço do sofá....
enquanto chego à lareira
e solto o cabelo, para começar....
e sorrio e fico à espera
a musica é tua,
podes mandar
mmmmmmmm
mandar ou...
levantar ?
decide tu....
e passo-te os dedos ...
por onde sei inventar.....
e sinto-te a pele ... a querer respirar
e vindo do nada... caminham para o tudo
onde as coisas acabam
onde as coisas começam....
onde se abraçam olhares
e se quebram promessas
e num frio de repente sinto escorregar
e entram momentos
que não vimos chegar....
e nos dedos perdidos.....
na vontade de voltar
dançam corpos em sombras incandescentes
em gestos lentos, em voz de arfar,
em cores esculpidas,
entre mãos perdidas,
em mares de quereres
e vontades contidas
e de repente .... tocou o telefone
e saímos a correr!
a casa não era nossa
don't!
e os da agência estavam sempre à espreita
lol
srry
é este meu lado do nonsense
que me assalta sem aviso
onde iamos?
o que estávamos a fazer?
onde?
queres saber?
íamos onde te puxo devagar
e desço pelo teu peito em beijos de molhar
em dentadas de beber e saborear
em mãos que te enlaçam, lábios que te procuram
e não se deixam provar
mmmmmmmm
em corpos que se encostam,
se procuram e se enroscam,
como gatos a sonhar
em sentir que despertas,
que a roupa te aperta....
que não queres esperar
em afastar-me sorrindo,
mandar-te um beijo e indo
para casa descansar!
boa?
Humm… Quando de lábios te exploro e te mordo devagar, digo que te adoro, que te quero, que não posso esperar, quando a música nos toma, se faz nossa dona e nos obriga a dançar, quando somos só um, e a terra a girar, quando escrevo o que sinto e te deixas amar...
Quanto me entendo contigo e te sinto como abrigo, e me revejo nos teus beijos e juntos criamos desejos...Quando dançamos os dois sem amanhã nem depois, encontro-me no teu olhar, sentimos o ritmo que nos faz dançar... Quando as palavras se calam e só os sentidos falam...